Idealizada e
fomentada por Evangeline Orpington, ministra entre 1849-1855, a plataforma nove
três quartos foi, sem dúvida alguma, um dos adventos mais marcantes da
história. Resolvendo o problema de Ottaline Gambol, o ministro anterior,
Evangeline descobriu a receita secreta para combinar segurança e sigilo em algo
já existente no mundo trouxa, estabelecendo à recém-construída King’s Cross
como passagem para a plataforma de embarque ao trem que levaria à Hogsmeade.
Tacada de mestre! Com apenas alguns poucos acidentes envolvendo atrasos, livros
mordedores espalhados ou transeuntes barulhentos sumindo pelo pilar, a solução
se provou ser exatamente o que o mundo mágico precisava, usada desde a época
até os dias atuais. Algo, claro, completamente impossível sem o toque inicial e
revolucionário de Gambol.
Este,
apaixonado pelas invenções trouxas, fora o primeiro sugerir o Expresso.
Encantado pelo trem, vendo no transporte grande potencial, o ministro
apresentou o projeto como uma alternativa para as viagens até a escola, antes
feitas dos mais diversos modos, chamando bastante atenção e, por muitas vezes,
trazendo certo perigo aos envolvidos. Taxado como pouco sensato, Ottaline
Gambol foi amplamente criticado, em especial pelas famílias puras de grande
poder. Inspirar-se em algo dos trouxas parecia ser a filha pródiga da discórdia
para a época. Grandes nomes se recusavam a permitir que os filhos entrassem em
algo originalmente trouxa, brigando com mão de ferro para que mantivessem as
chaves de portal e as vassouras como principal modo de locomoção. Ambos eram
pouco efetivos para o transporte de malões e animais, além de o primeiro ser
descoberto como um vilão para aqueles que possuíam algumas intolerâncias ao
passeio. A enfermaria lotava nos primeiros dias de aula e a queixa de mal estar
não era incomum. Impaciente pelos acidentes, o ministro manteve o plano, apesar
da pouca aprovação.
Ninguém sabe
ao certo o dia em que aconteceu, de onde veio ou quanto tempo demorou para ser
construída. Em uma bela manhã, Hogsmeade acordou com uma maria fumaça escarlate
e dezenas de carruagens sem qualquer cavalo para puxar. Alega-se – e disso já
não sei quanto é teoria da conspiração – que na noite anterior uma operação em
massa envolvendo 167 feitiços de memória e o maior feitiço de desilusão já
feito na Grã-Bretanha foram gravados secretamente pelo ministério da magia.
Diz-se que trabalhadores trouxas foram para casa sem saber exatamente de onde
vinham e a sensação de perda de algo foi relatada várias vezes para a polícia
em um período extremamente curto, embora as vítimas comumente não soubessem
saber exatamente do que é que estavam atrás. O que, claro, foi apenas um ponto
de partida.
Várias
modificações mágicas foram feitas na locomotiva e muitas alterações de percurso
se provaram necessárias ao longo do tempo. Orpington, como dito anteriormente,
foi importante passo para que o transporte fosse uma via aceitável e sua
utilização se fizesse real. Logo veio o decreto: a entrada em Hogwarts só seria
autorizada de tal forma e, ainda que com os protestos dos sangues puro,
obrigatória para todo aquele que desejasse engraçar nos estudos ali. Hoje, após
um século e várias décadas, prova-se essa uma medida cabível e a insistência de
Gambol completamente validada. Ainda que não pensemos no assunto com
frequência, tente agora imaginar o que seria o caminho para Hogwarts com a
ausência da famosa locomotiva. Imagine-se saindo do trabalho para levar de
vassoura seu filho ou filha, tentando carregar os malões e todos os objetos
pelo ar. Quantos mais teriam? Quais as chances de serem vistos? É por isso que
hoje a equipe do Profeta agradece e homenageia Evangeline Orpington e Ottaline
Gambol.
Por Jullien
M. Bassani
Nenhum comentário:
Postar um comentário