segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A História do Expresso Hogwarts





Idealizada e fomentada por Evangeline Orpington, ministra entre 1849-1855, a plataforma nove três quartos foi, sem dúvida alguma, um dos adventos mais marcantes da história. Resolvendo o problema de Ottaline Gambol, o ministro anterior, Evangeline descobriu a receita secreta para combinar segurança e sigilo em algo já existente no mundo trouxa, estabelecendo à recém-construída King’s Cross como passagem para a plataforma de embarque ao trem que levaria à Hogsmeade. Tacada de mestre! Com apenas alguns poucos acidentes envolvendo atrasos, livros mordedores espalhados ou transeuntes barulhentos sumindo pelo pilar, a solução se provou ser exatamente o que o mundo mágico precisava, usada desde a época até os dias atuais. Algo, claro, completamente impossível sem o toque inicial e revolucionário de Gambol.

Este, apaixonado pelas invenções trouxas, fora o primeiro sugerir o Expresso. Encantado pelo trem, vendo no transporte grande potencial, o ministro apresentou o projeto como uma alternativa para as viagens até a escola, antes feitas dos mais diversos modos, chamando bastante atenção e, por muitas vezes, trazendo certo perigo aos envolvidos. Taxado como pouco sensato, Ottaline Gambol foi amplamente criticado, em especial pelas famílias puras de grande poder. Inspirar-se em algo dos trouxas parecia ser a filha pródiga da discórdia para a época. Grandes nomes se recusavam a permitir que os filhos entrassem em algo originalmente trouxa, brigando com mão de ferro para que mantivessem as chaves de portal e as vassouras como principal modo de locomoção. Ambos eram pouco efetivos para o transporte de malões e animais, além de o primeiro ser descoberto como um vilão para aqueles que possuíam algumas intolerâncias ao passeio. A enfermaria lotava nos primeiros dias de aula e a queixa de mal estar não era incomum. Impaciente pelos acidentes, o ministro manteve o plano, apesar da pouca aprovação.

Ninguém sabe ao certo o dia em que aconteceu, de onde veio ou quanto tempo demorou para ser construída. Em uma bela manhã, Hogsmeade acordou com uma maria fumaça escarlate e dezenas de carruagens sem qualquer cavalo para puxar. Alega-se – e disso já não sei quanto é teoria da conspiração – que na noite anterior uma operação em massa envolvendo 167 feitiços de memória e o maior feitiço de desilusão já feito na Grã-Bretanha foram gravados secretamente pelo ministério da magia. Diz-se que trabalhadores trouxas foram para casa sem saber exatamente de onde vinham e a sensação de perda de algo foi relatada várias vezes para a polícia em um período extremamente curto, embora as vítimas comumente não soubessem saber exatamente do que é que estavam atrás. O que, claro, foi apenas um ponto de partida.

Várias modificações mágicas foram feitas na locomotiva e muitas alterações de percurso se provaram necessárias ao longo do tempo. Orpington, como dito anteriormente, foi importante passo para que o transporte fosse uma via aceitável e sua utilização se fizesse real. Logo veio o decreto: a entrada em Hogwarts só seria autorizada de tal forma e, ainda que com os protestos dos sangues puro, obrigatória para todo aquele que desejasse engraçar nos estudos ali. Hoje, após um século e várias décadas, prova-se essa uma medida cabível e a insistência de Gambol completamente validada. Ainda que não pensemos no assunto com frequência, tente agora imaginar o que seria o caminho para Hogwarts com a ausência da famosa locomotiva. Imagine-se saindo do trabalho para levar de vassoura seu filho ou filha, tentando carregar os malões e todos os objetos pelo ar. Quantos mais teriam? Quais as chances de serem vistos? É por isso que hoje a equipe do Profeta agradece e homenageia Evangeline Orpington e Ottaline Gambol.

Por Jullien M. Bassani

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